sexta-feira, 16 de abril de 2010

SORRIA, VOCÊ ESTÁ SENDO FILMADO!



Estava ontem lá em casa curtindo o fim do efeito colateral da vacina H1N1 com um pouco de dor de cabeça e dor no corpo.

Estava deitado assistindo TV quando começou um programa do Multishow que eu me amarro: "Circo Edgard". O astral do programa é ótimo, muita música um papo maneiro, enfim, assisto sempre que posso. Ontem tinha Pedro Mariano cantando e um jornalista e compositor que eu não lembro o nome falando sobre a vida de Tim Maia. Esse cara lançou em 2007 uma biografia falando da vida de Tim e coisa e tal.

Acabou o Circo e eu estava já me preparando pra dormir, quando começa outro programa, também no Multishow: "Urbano". É um programa apresentado por Renata Simões, aquela que era repórter do Vídeo Show, e a cada semana trata um tema predefinido.

Começa com a participação de três pessoas de diferentes lugares do Brasil ou do mundo, via webcan. A Renata discute com eles o tema da semana, cada um dá sua opinião, responde algumas perguntas e depois ela vai pras ruas investigando o que foi discutido e buscando a opinião dos especialistas.
Eu assisto o "Urbano" vez ou outra, só quando o tema me interessa. Ontem foi uma dessas vezes. A discussão sobre câmeras, bisbilhotagem, invasão de privacidade. Eles estavam falando sobre a invasão de câmeras nas ruas dos grandes centros urbanos, câmeras em lojas, elevadores, condomínios, boates, celulares e pasmem, sobre Orkut, que também virou uma maneira de vigiar os passos das pessoas. Eu concordo com muita coisa que foi dita lá, mas discordo de tantas outras. Não vou contar o programa todo aqui, porque não recebo pra isso. Quem quiser saber dele na integra, que assista a reprise no Multishow. Vou apenas dar a minha opinião sobre o tema.
Primeira sobre o maior vilão da internet: o Orkut! Vilão? Será que ele é tão vilão assim? Eu não acho não... Tem gente que fala que todo mundo fica sabendo o que você quer que fiquem sabendo da sua vida. Você não é obrigado a colocar nenhuma informação lá no "mundo azul". Coloca por livre e espontânea vontade. Coloca o que quer que vejam.
Ninguém te obrigou a criar sua conta e, muito menos, colocar qualquer tipo de informação lá. Você entra na comunidade que quer, coloca as fotos que quer, divulga seu estado civil porque quer, se descreve por prazer e é amigo de quem julga conveniente. E mais, foi pelo orkut que reencontrei muita gente que eu não tinha mais contato, que mantenho contato com pessoas que curtem meu trabalho na música, que estudou onde estudei... Sendo assim, o vilão é você, sou eu, somos nós, que fazemos mal uso de uma ferramenta que pode ser usada não só para relacionamento, mas pra fazer marketing, publicar e discutir ideias, enfim...
Quanto às câmaras, acho que estamos pagando o preço do avanço tecnológico aliado à violência. O monitoramento da rua e estabelecimentos comerciais é uma maneira de inibir a ação de bandidos e vândalos. Não que as câmeras eliminam totalmente a presença deles, mas que reduzem bastante os números onde estão instaladas, não tenha dúvida.
Existem também as câmeras em celulares, né? Dessa ninguém consegue escapar. Onde quer que esteja, é possível observar cada passo dado. Quem sofre muito com isso, são as pessoas famosas, que são perseguidas insistentemente pelas lentes de paparazzi, à procura de um flagra pra capa da revista da próxima semana. Tempos atrás, por exemplo, a Cicarelli foi flagrada fazendo sexo com o namorado numa praia espanhola e processou a pessoa que registrou.
Dois lados da moeda: Primeiro, se fosse uma pessoa comum fazendo isso, por exemplo, seu tio que é um trabalhador e sua tia que é dona de casa, será que teria dado tanta repercussão?
Segundo lado: 'Putaqueopariu, né?! A mulher é uma pessoa pública, conhecida, famosa, está numa situação totalmente incomum num lugar público e não quer ser filmada, fotografada, vigiada? Eu acho que os paparazzi tem que trabalhar sim, em lugares públicos como foi o caso. Não concordo de eles subirem no muro das casas dos famosos, entrarem em lugares particulares e invadirem a privacidade deles.
Enfim, independente de câmeras, a gente está sempre sendo vigiado ou monitorado por alguém. O próprio celular é uma ferramenta de monitoração, em que as pessoas são encontradas em qualquer lugar. E muito antes da febre de Big Brothe's, celulares super modernos que filmam ou da popularização das câmeras digitais, já existia o "voyerismo". Já existia a vizinha fofoqueira, a "rádio-patroa", os binóculos que superam curtas distâncias e os detetives particulares.
Moral da história: Sorria, você está sendo filmado!

Doug
Nada Como Viver!!!
16 de Abril de 2010