terça-feira, 31 de janeiro de 2017

- DE PAI PARA FILHO -

Depois de longas férias aqui do meu blog, olha eu de novo aqui escrevendo...
Não sei se é coincidência, mas as aulas também estão voltando né? Mas o que isso tem haver com o texto que eu ia escrever???
É que quando eu entro aqui, minha imaginação viaja, e é tanta coisa que eu quero colocar pra fora, que às vezes acabo me perdendo nas palavras e perdendo o foco daquilo que realmente me trouxe aqui.
Mas vamos ao que interessa!
Esse é o meu primeiro texto desse ano (2017) e por falar em ano, muita coisa ruim aconteceu em 2016 pra muita gente e não vou negar que pra mim também, mas confesso que coisas boas também aconteceram, dentre elas, a minha adoção!
Sim, eu fui adotado no ano passado!
Foi amor a primeira vista entre eu e aquele pingo de gente que eu estava conhecendo no 'iniciozinho do ano passado.
Não resisti quando ele me perguntou se eu queria ser o pai dele...
Pronto, fui adotado, e como eu tenho curtido isso!!!
Descobri com ele o verdadeiro significado da palavra amor! Aquele amor puro que só espera em troca um carinho, atenção e claro tempo pra ele.
Como é bom chegar perto e receber aquele abraço apertado de saudade, como é gostoso receber a ligação dele perguntado que horas eu vou chegar... como é gostoso viver tudo que tenho vivido com ele...
Se fui criticado por isso??? Claro que fui! Escutei que ele não era meu filho, e por isso, não deveria trata-lo com tanto amor, carinho e atenção que eu o trato, que eu não deveria chama-lo filho, que em breve eu iria me decepcionar e arrepender dessa "adoção", e outras mil coisas, mas nada disso foi capaz de abalar o amor que nasceu entre a gente!
Hoje ele não faz parte da minha vida, ele É a minha vida! E o “é” coloco em letras maiúsculas, porque hoje eu não me vejo mais vivendo sem ele.
A minha vida hoje é vivida por ele. Tudo que eu faço, é pensando nele!

O fato de eu ser gay, gera um milhão de dúvidas nas pessoas, mas não é a dúvida da minha sexualidade que eu estou falando, embora ainda exista para alguns, mas a dúvida de como é uma vida gay, uma vida de casamento gay, uma vida de ser um pai gay e foi exatamente essa dúvida que surgiu hoje na hora do almoço em um papo descontraído com colegas de trabalho.
Me perguntaram como eu reagiria quando daqui alguns anos eu viesse descobrir que meu filho é gay.
Minha resposta foi simples:
Eu quero que ele seja feliz, se realize, seja um bom ser humano, um excelente profissional, tenha um bom caráter. A criação dele e baseada nisso. Hoje ele tem seis anos, se ele chegar com 13, 14, 15 anos e falar ‘pai eu gosto de meninos’, o que eu vou fazer? Eu vou falar pra ele: ‘Eu gosto de menino, você gosta de menino também? Seja feliz’. Acho que é isso! A única coisa que eu não quero é filho frustrado, infeliz, deprimido por essa questão que pra mim hoje é tão pequena. Não quero que ele passe pelo que e passei criando monstros em sua cabeça que ele poderá ser escorraçado da Terra caso alguém descubra. O que pode ser uma grande preocupação mim, eu acho, é como o mundo vai receber ele. O mundo não foi e ainda, muitas vezes não é legal comigo que sou gay, acho que a minha missão com ele então será de tentar entender com ele como é que a gente vai se posicionar pra lidar com esse mundo que é tão cruel com a gente.
Acho que você que é pai, que é mãe, deve pensa sobre isso, ser gay, não é ser menor, ou diferente de ninguém.
#FicaDica


Doug
Nada Como Viver!!!
31 de Janeiro de 2017