sexta-feira, 16 de abril de 2010

- BIG BANG - QUANDO AS HISTÓRIAS E OS COSTUMES SE ENCONTRAM -

Quando entramos de alguma maneira no Universo particular de outra pessoa ou quando alguém se aventura a explorar o nosso Universo particular, um novo Big Bang acontece.

Uma explosão imensurável acontece dentro de nós.

É o encontro e o choque das histórias e dos costumes arraigados há tempos dentro da gente, construídos e aprendidos no passo a passo da nossa peregrinação até aqui.

Este Big Bang não deixa de ser uma experiência excitante e saborosa, mesmo trazendo inerentes a si terríveis abalos.

Sentir o mundo cair, o chão tremer ou se abrir, o rio transbordar ou o céu deixar de existir é nada diante do que podemos somatizar quando vivendo esse grande momento.

Pior ainda é, se esse choque acontece sob a sombra da paixão.

Se o amor realmente é cego como se diz, a paixão por sua vez é totalmente desprovida de qualquer sentido.

E a ausência desses sentidos nos protege ao mesmo tempo em que nos empurra para o abismo sem fim do inferno.

Ninguém é santo, mas nos primeiros instantes desse encontro de Universos queremos revelar ao outro apenas o que há de melhor em nós.

E é na urgência dessa pretensão que às vezes nos atrapalhamos completamente.
Mentir, omitir, ou até mesmo subverter ou corromper, são caminhos trilhados com facilidade sem que demo-nos conta disso.
Queremos nos mostrar perfeitos, em nada falhos, algo assim como os super-heróis quando em missão de salvamento.

Nessa fase de encontro e garimpo um do outro, a descoberta de uma falsa mentira, mesmo que mínima, pode ter o efeito devastador de um gigantesco meteoro colidindo com a Terra. Se não traz o fim de tudo, nuvens negras ocupam todo o espaço entre os dois mundos causando falha na comunicação dos corações a ponto de quase fazê-los ruir.

Só depois que o tempo passa um tanto, lembramos que se o outro age assim com a gente, nós também estamos em semelhante processo. Compreendemos então que os abalos derivados daquele extremo e exagerado cuidado de ambas as partes com a relação, terão mesmo que acontecer.

Pois bem, mesmo com a ciência de que podemos aprender sempre com tudo e que com isso podemos ser pessoas melhores a cada dia, é por causa do medo que, nesse primeiro momento, quase sempre revelamos apenas o que temos de bom.

É como já pedira Djavan: "E a sua história eu não sei, mas me diga só o que for bom".

Afinal de contas estamos começando uma história nova onde nada ainda foi escrito ou contado de nós ao outro.

Que oportunidade...

É o que pensamos em primeira instância sob o calor da paixão.

Fundamental mesmo é perceber que a melhor maneira de escrever esta nova história não é apenas mantendo a luz os floridos jardins e deixando às escuras os defeitos impressos em nós.

É sábio saber que o que existe de mais bonito em nós e no outro é o que nos trará a felicidade.

Mais sábio ainda é ter a visão de que a ciência e a compreensão do que há de mais nefasto em nós e no outro é o que nos trará ainda mais felicidade, pois a aceitação desses defeitos aliviará o choque de histórias e costumes trazendo o equilíbrio para a relação.

Doug
Nada Como Viver!!!
16 de Abril de 2010