quinta-feira, 22 de julho de 2010

-COMO NOSSOS PAIS...-

Tenho vivido uma época de muito trabalho musical. Quando não é missa pra tocar, é show pra fazer, quando não é show, é divulgação de CD e Banda. Essa semana, por exemplo, começa hoje a maratona: Missa hoje na São Miguel, show amanhã em Pará de Minas, Divulgação de CD e banda Sábado no Point da Unidade aqui em BH e assim vai... Isso sem contar nas entrevistas que dou antes ou depois dos shows. Vamos combinar que essas entrevistas são um saco? Sempre as mesmas perguntas, as mesmas histórias... Só muda a pessoa que está te entrevistando. Por falar nessas entrevistas, já estou até decorando e respondendo as perguntas meio que mecanicamente. Acontece que mais chato do que as entrevistas, é ter que ficar preso no trânsito por conta de meia dúzia de palhaços que decidem fazer passeata nas avenidas mais movimentadas da cidade. Hoje, pela segunda vez, eu passei por essa situação. Deixa-me contar...

Na semana passada chegando ao Mercado Central aqui de BH, notei que o trânsito estava mais agarrado do que o normal. Pensei logo: "merda... Mais um motoqueiro cismou de se enfiar embaixo de um carro ou algum retardado atravessou fora da faixa e foi atropelado". Engano meu. Quanto mais me aproximava do Mercado, mais nítido era o som de gritos. Um grupo de quinze ou vinte manifestantes estavam parados na porta do local com faixas e apitos, protestando contra o abatimento de animais para o consumo. Eles estavam pregando que todos nós deveríamos ser vegetarianos. Que é covardia abater uma criatura apenas pelo prazer do paladar e blá, blá, blá... Gente, oi? Galinha foi inventada pra virar ensopado ou galinhada. Aposto que quando Deus a criou, pensou assim: "pronto, essa é pra ser devorada". As vaquinhas, porquinhos e peixinhos, idem. Jamaaais abrirei mão de um bom churrasco de picanha ou uma feijoada no capricho!

A de hoje foi um pouco mais "exótica". Vindo para o trabalho, morrendo de sono depois de uma noite mal dormida, mais uma passeata na Avenida das Américas. Dessa vez havia mais ou menos trinta pessoas seguindo um Doblô com um babaca gritando e escoltados pela polícia. Eles protestavam contra o valor do ticket alimentação que recebiam em suas empresas. É muita falta do que fazer mesmo, né?! Atrapalhar o trânsito da cidade por conta disso. Coisa que uma simples reunião de sindicato a portas fechadas na própria empresa seria capaz de resolver. Só sei que virou uma zona, porque os motoristas indignados buzinavam irados contra aquela cena. E quanto mais buzinavam, mais os manifestantes gritavam e balançavam bandeiras. O babaca do microfone chegou a ponto de apelar a duas freiras, que passavam na rua no momento, pedindo que orassem por eles porque o que eles recebiam não dava pra pagar nem a comida.

Enfim... Não se fazem mais manifestantes como antigamente. Esse povo é um bando de fanfarrão que arruma essas passeatas só pra "morcegar" e matar serviço. Se quisessem reivindicar mesmo, gritariam por motivos que valessem a pena. Gritariam contra a roubalheira descarada em Brasília, contra as falcatruas do Governo, contra nosso ilustre presidente que nunca sabe de nada, contra a inflação. A gente não sabe nem lutar por nossos direitos. Não sabemos nem cobrar o que é nosso. É, porque eu me incluo nessa "turma" também... Quando que eu saí nas ruas feitos nossos avós e nossos pais, que pintaram suas caras, conseguiram o voto direto e derrubar um presidente? Nunca! Mas experimenta me chama pra ir pra ir pra farra...

Doug
Nada Como Viver!!!
22 de Julho de 2010