quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

- Ei, Calma! Eu não quero casar com você! -

Dai você conhece alguém. Sai com essa pessoa uma ou duas vezes. Gosta da conversa dela, do beijo dela, dos olhos dela.
Então você a convida-la para um terceiro ou quarto encontro. Nada mais natural, afinal de contas, você gostou daquela pessoa...
Mas ela congela, foge, desaparece da face da Terra.
Provavelmente acredita piamente que você está loucamente apaixonado(a) por ela como nunca estiveste por outra pessoa. E isso é uma das coisas mais irritantes que acontecem durante a nossa constante tentativa de conhecer alguém: o fato de que as pessoas pressupõem que você está sempre atrás de compromisso.

Quando você convida alguém para sair com interesses românticos na pessoa, nada é garantido. Vocês podem sair de lá como melhores amigos, podem odiar-se, podem querer apenas sexo, podem amar o outro a ponto de marcar uma viagem para a próxima semana. Mas isso é determinado durante os encontros, durante a construção de alguma coisa entre os dois.

Essa construção nem sempre designa um relacionamento sério. Conheço casais que estão há tempos nessa de conhecer o outro. Eles saem juntos, assistem a filmes na casa do outro, comem pizza com os amigos e ambos são felizes. Isso só aconteceu porque um deles – ou os dois – quebraram a barreira do “quero te ver de novo” que todo o mundo tem medo de dizer depois de um encontro bem sucedido.

Nós criamos uma utopia tão grande e tão congelada em torno do que é relacionar-se que acabamos por acreditar que todo o relacionamento tem que seguir um molde fixo de encontros - namoro - casamento e seja lá o que vier depois disso.
Não é assim, gente. Nesta vida você vai conhecer pessoas maravilhosas com quem o sexo era incrível e apenas isso.
Você vai conhecer pessoas incríveis com quem você passaria anos sem trocar beijos, porque amizade também nasce de encontros.
Assim também como você vai encontrar pessoas que só depois de 5 ou 6 meses é que vai apaixonar-se por você... ou nem vai, numa boa!

Descartar encontros agradáveis por medo, ou melhor, por pressupor que a outra parte esteja loucamente apaixonada por você, desculpe, mas é burrice.
Na maioria das vezes, a pessoa só gostou de você e quer te conhecer melhor, sem pretensão alguma de te pedir em casamento.
Mas ao invés de seguirem o fluxo das coisas e deixarem tudo acontecer naturalmente, muita gente coloca barreiras. Cismam que o outro já planeja casar e ter filhos, cismam que o outro é algum tipo de pessoa louca e psicopata que quer te trancar dentro de celas minúsculas em porões inexistentes.
Será que as pessoas não percebem que o caminho natural de todo e qualquer relacionamento é a sucessão de encontros?
Caso não percebam, sugiro que mudem os seus perfis de conversa e parem de dizer que estão querendo “conhecer alguém”.
Porque é exatamente isso que você está se negando a fazer.

Doug
Nada Como Viver!!!
28 de Janeiro de 2016