sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

-SER TRANSPARENTE-

Às vezes fico me perguntando porque é tão difícil ser transparente?
Costumamos acreditar que ser transparente é simplesmente ser sincero, não enganar os outros.
Mas "ser transparente", é muito mais do que isso:
É ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar, de falar o que sente.
Ser transparente é desnudar a alma, é deixar cair "as mascaras", baixar as armas, destruir os imensos muros que insistimos tanto em nos empenhar para levantar.
Ser transparente é permitir que todas as nossas doçuras se aflore, desabroche, transborde.
Ser transparente é ter coragem e a simplicidade de declarar o amor ao outro sem ter medo ou vergonha de como vai ser interpretado.
Mas infelizmente, quase sempre a maioria de nós decide não correr esse risco. Preferimos a dureza da razão à leveza que exporia toda a fragilidade humana.
Preferimos o "nó na garganta", às lágrimas que brotam no mais profundo do nosso ser.
Preferimos nos perder numa busca insana por respostas imediatas à simplesmente nos entregar diante de DEUS e ver o que Ele traz de bom pra gente e admitir que não sabemos, que temos medo.
Por mais doloroso que seja ter de construir uma "mascara" que nos distancia cada vez mais de quem realmente somos e até mesmo do nosso DEUS...

Preferimos assim:

Manter uma imagem que nos dê uma sensação de proteção. E assim nos afastando mais e mais em falsas palavras, em falsas atitudes, em falsos sentimentos.
Não porque sejamos mentirosos; mas porque como folhas secas, nos perdemos de nós mesmos e já não sabemos onde está nossa brandura, nosso amor mais intenso não-contaminado.
Com o passar dos anos, um vazio frio e escuro nos faz perceber que já não sabemos dar e nem pedir o que de mais precioso temos a compartilhar com as pessoas: carinho, doçura, compaixão, compreensão, amor..., de que todos nós sofremos e às vezes nos sentimos sós imensamente tristes e choramos baixinho antes de dormir.
Num silencio que remete a saudade de "nós mesmos", daquilo que pulsa e grita dentro da gente, mas que não temos coragem de mostrar aqueles que mais amamos!
Porque infelizmente, aprendemos que é melhor revidar, descontar, duvidar, agredir, acusar, criticar e até mesmo julgar do que simplesmente dizer: "Você está me machucando... Pode parar, por favor!"
Porque aprendemos que dizer isso é ser fraco, é ser bobo, é ser menos do que o outro...
E ainda quando temos uma situação onde estamos sendo tratados de uma forma mais especial do que estamos acostumados, uma forma mais cuidadosa, não damos valor, porque aprendemos a colocar maldade em tudo.
Quando na verdade, se deixássemos que a nossa razão ouvisse também o nosso coração, talvez, poderíamos evitar tanta dor...
Não devemos ter medo dos conflitos, mas sugiro que deixemos explodir todo nosso amor!
Que consigamos não prender o choro, não conter as gargalhadas, não esconder tanto o nosso medo, não desejar parecer tão invencível... Que possamos receber o amor mais puro vindo de outra pessoa, já que isso é raro nos dias de hoje. Que consigamos tentar não controlar tanto, responder tanto, competir tanto... mas confiar na graça de DEUS, que nos basta.


Ame, simplesmente ame!

A inteligência sem o amor nos faz perversos.
A justiça sem o amor nos faz implacáveis.
O êxito sem amor nos faz arrogante.
A riqueza sem o amor nos faz pobre.
A pobreza sem amor nos faz orgulhosos.
A beleza sem o amor nos faz fúteis.

Vamos amar mais, sentir e curtir mais o amor dos outros, não o amor carnal, mas sim o amor puro que todo ser humano é capaz de sentir e aprender de fato ser mais transparente.

Aí um dia você toma um avião para Paris, a lazer ou a trabalho, em um vôo da Air France, em que a comida e a bebida têm a obrigação de oferecer a melhor experiência gastronômica de bordo do mundo, e o avião mergulha para a morte no meio do Oceano Atlântico como aconteceu alguns anos atrás.
Sem que você perceba, ou possa fazer qualquer coisa a respeito, sua vida acabou. Numa bola de fogo ou nos 4 000 metros de água congelante abaixo de você naquele mar sem fim.
Você que tinha acabado de conseguir dormir na poltrona ou de colocar os fones de ouvido para assistir ao primeiro filme da noite ou de saborear uma segunda taça de vinho tinto com o cobertorzinho do avião sobre os joelhos.
Talvez você tenha tido tempo de ter a consciência do fim, de que tudo terminava ali. Talvez você nem tenha tido a chance de se dar conta disso.
Fim.
Tudo que ia pela sua cabeça desaparece do mundo sem deixar vestígios.
Como se jamais tivesse existido.
Seus planos de trocar de emprego, ou de expandir os negócios.
Seu amor imenso pelos filhos e sua tremenda incapacidade de expressar esse amor.
Seu medo da velhice, suas preocupações em relação à aposentadoria.
Sua insegurança em relação ao seu real talento, às chances de sobrevivência de suas competências nesse mundo que troca de regras a cada seis meses.
Seu receio de que sua mulher, de cuja afeição você depende mais do que imagina, um dia lhe deixe. Ou pior: que permaneça com você infeliz, tendo deixado de amá-lo.
Seus sonhos de trocar de casa, sua torcida para que seu time faça uma boa temporada, o tesão que você sente pela ascensorista com ar triste.
Suas noites de insônia, essa sinusite que você está desenvolvendo, suas saudades da infância.
Os planos de voltar à academia, a grande contabilidade (nem sempre com saldo positivo) dos amores e dos ódios que você conquistou pela vida, as dezenas de pequenos problemas cotidianos que você tinha anotado na agenda para resolver assim que tivesse tempo.
Bastou um segundo para que tudo isso fosse desligado. Para que todo esse universo pessoal que tantas vezes lhe pesou toneladas tenha se apagado. Como uma lâmpada que acaba e não volta a acender mais.
Fim.
Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis.
Não deixe nada para depois.
Diga o que tem para dizer. Demonstre.
Seja você mesmo.
Não guarde lixo dentro de casa.
Não cultive amarguras e sofrimentos.
Prefira o sorriso.
Dê risada de tudo, de si mesmo.
Não adie alegrias, nem contentamentos, nem sabores bons.
Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança.
No fundo, só existe o hoje."

Vamos refletir sobre isso!

Doug
Nada como Viver!!!
02 de dezembro 2011