terça-feira, 25 de janeiro de 2011

-VIDA LONGA PARA RELACIONAMENTOS CURTOS?-

Estava aqui pensando sobre um poema de Cora Carolina que recebi em um e-mail de uma amiga minha que diz:

“Não sei... Se a vida é curta
Ou longa de mais pra nós,
Mas sei que nada que vivemos
Tem sentido, se não tocarmos o coração daspessoas
(...)
E isso não é coisa de outro mundo
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta
Nem longa demais
Mas que seja intensa
Verdadeira, pura... Enquanto durar.”


Se eu tivesse que terminar esse post aqui, tenho certeza que teria transmitido algo positivo, mas fiquei pensando que não são apenas essas palavras, mas tudo que elas podem representar que me importa.

Hoje, diante de um outro e-mail que recebi fiquei pensando em como as nossas palavras chegam até as pessoas. Como um “bom dia” (e nada mais) faz diferença pra alguém. (E como o não dizer nada também pode dizer muita coisa)

Será que nós olhamos nos olhos dos outros quando falamos? Estamos dando cinco minutos do nosso tempo, para ouvir aquela pessoa que está se sentindo sozinha? O que realmente fazemos para cultivar/preservar as nossas relações.

Tenho notado ao longo dos anos que a sociedade nos impulsiona a limitar nossas amizades ao “networking”. Não existe a preocupação em fortalecer laços, e sim manter relacionamentos corriqueiros, exclusivamente com interesses profissionais. “Vou sair pra almoçar com fulano, pois sei que ele é influente com o diretor da empresa e pode acelerar minha promoção”. Ou então “não simpatizo com beltraninho, mas ele conhece alguém que pode me arrumar um emprego na Tal S/A.”

E as amizades verdadeiras? O interesse apenas no bem estar, será que ainda existe? A cada ano que passa a expectativa de vida aumenta um pouco mais, porém, estamos vivendo cada vez mais solitários. As histórias de vida não chegam a ser histórias, são no máximo um comercial de 30 segundos (sem graça, e que passa na TV de madrugada). Não nos dedicamos a conhecer e ser conhecidos. Preferimos enxergar a função no crachá ao valor que existe no coração.

Outro dia estava conversado sobre imprevisibilidade da vida. Se de repente eu partir, será que as pessoas que estão ao me redor e que são importantes pra mim saberão o valor dessa importância que tiveram pra mim? Bem, trato diariamente para que saibam. E não digo apenas o “pacote familiar”, me refiro a T-O-D-A-S! Não importa se eu estou diariamente ou não com a pessoa, se trabalho com ela a três meses ou a três anos, simplesmente não me importa as convenções, todos aqueles a quem devoto (ou devotei) carinho, faço questão que saibam que são especiais pra mim! Nem que seja através de um e-mail meu desejando bom dia! (puro e simplesmente), de um telefonema, de uma bronca (pois está doente e precisa se cuidar), ou então da forma que eu encontrar pra demonstrar afeto. Faço questão de tocar os corações das pessoas, porque longa ou curta, a vida vai durar enquanto eu respirar!


Doug
Nada Como Viver!
25 de janeiro de 2010