sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

- EDUARDO E MÔNICA NO SÉCULO XXI -

Depois de tantas tentativas, desisti de tentar entender ou explicar o que os uniu. Se olhar bem, não tem quase nada em comum.

A mulher dos seus sonhos tinha que parecer com a Cicarelli (ou seria Penélope Cruz?) e o príncipe encantado dela é era uma mistura de Rocco Pitanga com Jair de Oliveira. Mas já não é de hoje que eles sabem que a vida real é bem melhor que os delírios da imaginação.

Ele se prende em números, ela, a felicidade de cada momento.
Ela se preocupa com os vizinhos, ele ignora a existência deles.
Ela pensa no que é pra sempre, ele, somente no “eterno enquanto dure”.
Ele gosta de abacaxi, mas esquece que ela é alérgica.
Ele adora sertanejo, mas é ela quem assiste os DVD’s
Ele não gosta de MPB, mas quando viajam juntos escutam Djavan.
Ela adora a cidade, o barulho, lojas de conveniências, teatro, cinema e ler no engarrafamento, ele prefere o silêncio, a calmaria, (que ela chama de Pasmeira) e a segurança do interior.
Ela pensa em ter filhos aos 35 anos e inventa teoria de como cria-los, ele é categórico em dizer que não existe teoria que substitua a prática.
Ela sonha em ser mãe, ele já é pai.
Ele não sabe ao certo aonde quer chegar com sua carreira, enquanto ela pensa em viver pela paixão por sua profissão.
Ela é agitada, sempre falante, ele é sério, concentrado e super organizado, enquanto ela chega e bagunça a mesa procurando algo que não está lá.
Ele adora acordar tarde aos domingos, ela levanta cedo e faz barulho tentando manter o silêncio.
Ele gosta quando ele veste rosa, ela prefere o azul.
Ela gosta quando ele deixa a barba por fazer, ele faz à barba todas as manhãs.
Ele nunca quebrou um copo sequer, ela não passa a semana sem quebrar um.
Ele berra que a ama, ela prefere nem dizer.
Ela quis saltar de parapente, mas teve medo. Ele não queria e saltou.
Ela é temperamental, ele é temperado.
Ele rir porque não consegue mudá-la (na verdade nem quer), foi esse jeito de menina que trouxe leveza e alegria aos seus dias. Ela admira o seu olhar sério e independente.
Ele prefere os dias, ela, as noites.
Como Henry Roth (Adlan Sendler em “Como se fosse à primeira vez”) ele se dedica a conquistá-la todos os dias, seja com um telefonema às duas da tarde, bilhetes de amor jogados pela casa ou até mesmo recado escrito de baton no espelho do banheiro, uma flor na bandeja do café da manhã, ou indo busca-la na faculdade. Ela alimenta essa paixão com olhares, sua voz macia e os carinhos constantes.

Eles adoram cachorros. Trocaram manuais de instruções e juras de amor.
Compram uvas e flores todos os sábados.
Desde o primeiro momento juntos, decidiram que não seriam almas gemias e sim almas que se aceitam, se encaixam, se completam.

Eu desisti de encontrar a lógica que os uniu, o que fez com que dois extremos se encontrassem e não se deixassem mais. Aliás, como dirias o poeta: “E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração, e quem irá dizer que não existe razão?”

PS: Eu me construo a cada nova história, nova observação, novo texto, lanço mão das alegrias e experiências alheias. “Eduardo e Mônica” possuem outros nomes, outros números, outras vidas. Apesar de não nos vermos diariamente, adoro conversar com eles e perceber que mesmo tão diferentes, tão opostos, se completam, se preenchem a cada dia, mês e ano que passam juntos.
Paula e Sergio, felicidades sempre pra vocês.!!!!


Doug
Nada como Viver!!!
04 de fevereiro de 2011