quarta-feira, 10 de agosto de 2011

-TEMPOS SEM ESCREVER...-


Pois é, depois do meu texto postado ontem e um que postei no dia 05/08 fiquei mais de um mês sem escrever e esse tempo que fiquei sem escrever foi como se eu tivesse ficado sem sentir o sabor nas comidas que comi. Como se estivesse acordado a cada manhã ainda sentindo o cansaço da noite anterior. Como se eu caminhasse para um destino que ainda não o conhecia e o qual não conseguia chegar. Esse tempo sem escrever, foi como passar esse tempo sem alívio, um tempo de angústias, de incertezas, se o que eu estava fazendo era realmente a coisa certa.

Fiquei esse tempo sem emitir palavras do que vi, do que senti, do que fiz. Um tempo sem fazer conhecida a voz da minha consciência, sem contribuir com a diversidade de opiniões, sem dar as pessoas que me seguem minha resposta às questões que levantamos. Um tempo desaparecido aqui do meu blog, indigente, invisível, imperceptível. Nesse tempo em que eu não escrevi, vi a vida passar sem me envolver com ela. Não a senti, quase não a percebi. Mas posso dizer que vivi, meio ausente, mas vivi.

Acho que pra gente que escreve, o tempo é amigo e inimigo na primeira pessoa, é vilão e herói no mesmo personagem, é acelerador e freio no mesmo pedal. Nesse tempo sem escrever, não tive esse amigo, meu herói não chegou na “hora H”, e o acelerador não foi tocado, só o freio. Esse tempo sem escrever foi como perder qualquer jogo do qual tivesse participando antes mesmo de começar a jogar. Foi uma coisa do tipo repousar esperando o trágico fim que eu sabia que não aconteceria. Não escrever foi como estar só e no escuro sabendo que para que aquele momento passasse era só acender a luz e encontrar alguém. Tudo muito simples, tudo muito fácil, porém, eu não fiz. Nesse tempo que fiquei sem escrever, poderia ter construído uma pirâmide, erguido uma muralha, poderia ter voado até saturno ou descido aos abismos mais profundos do mundo. Poderia ter vencido todas as guerras do mundo, conhecido todos os caminhos da terra, poderia ter dizimado todos os homens de todas as tribos, feito miséria com todas as mulheres que conhecesse e minha jornada, contudo, ainda me faltaria algo. Me faltaria escrever uma linha. A primeira de todas que não escrevi.

Por fim, descobri nesse tempo sem escrever que eu sou alguém para quem a literatura é importante. É um afluente da felicidade. Menos que uma necessidade básica, mais que um passa tempo. Escrever seria a fonte da juventude na qual deixei de me banhar por algum motivo que ainda ignoro, mas vou conhecê-lo. Vou rever meu trajeto e entender porque deixei de praticar algo tão importante pra mim. E no dia que eu descobrir, não tenha dúvida, sobre isso vou escrever...

Doug
Nada como Viver!!!
10 de Agosto de 2011