sexta-feira, 1 de abril de 2011

-"EU TE AMO"-

“Eu te amo” é ouro! É um tesourinho que deve ser guardado a sete chaves e exposto só no momento certo. É um conforto, um alento para alma e coração. Muitas vezes um pára-quedas, um air bag em situações de extremo risco. “Eu te amo”, como diz essa meninada de hoje no feeeeeice, é vida!

"Eu te amo” é o auge. O topo. O ápice. O cume da paixão! A paixão que neste momento se torna amor. “Eu te amo” é o rito de passagem. E nunca vem só. Vem sempre acompanhado por planos maiores. Esqueça a viagem a Saquarema, o fim de semana em Friburgo ou comprar uma bike que poderá ser usada por ambos no verão. Por que o “eu te amo” certo, no momento certo, com a correta aplicação, vem com um subtexto de “você é a mulher da minha vida” ou “esse é o pai dos meus filhos”, “vamos passar as férias em Nova York, juntos” ou ainda “vamos ser felizes para sempre, casar, ter filhos, um lindo lar e uma casa de campo”. Por que o “eu te amo” de verdade é pra quem quer isso tudo. É pra sempre…. enquanto dure. Mas esse “enquanto dure”, na cabeça e no coração de quem diz o “eu te amo” corretamente aplicado, é pra sempre. Então que seja pra sempre. Enquanto dure.

Por isso, começo aqui e agora, e hoje e pra sempre, um movimento em prol da valorização do “eu te amo”. Não que eu queira regular o “eu te amo”. Pelo contrário! Que seja cada vez mais difundido e divulgado. Mas que seja de verdade. Mais que a valorização! Minha campanha é pela não banalização. “Valorize já! Valorize já! Um “eu te amo” tão importante não pode se banalizar”! Já temos até jingle. Porque verdade seja dita: existe sim o “eu te amo” leviano. É o que mais vemos. E não é só nas novelas não!

Ai você vai dizer: mas e se a pessoa achar que ama e depois descobri que não ama?
E eu vou dizer que isso não existe. Se você ama, mesmo que seja transitório, você ama. Geralmente esse amor é sereno (ainda que intenso), equilibrado (ainda que com tesão) e acima de tudo, altruísta. E você, no fundo, no íntimo, sabe se é amor é de verdade ou se é apenas paixão. Se é loucura. Se é loucura, então melhor não ter razão? Delícia. Mas pode se f*%%4#er (tentarei nesse texto não usar palavrões). Porque não conheço ninguém que não saia com uma ressaquinha moral, de leve ou porrada, depois de uma dessas paixões loucas, caóticas e intensas que são “confundidas” com amor, e que, geralmente, terminam em merda! Ih! Merda não é mais palavrão, né?

O “eu te amo” leviano mancha a classe. Depões contra a categoria. Se existisse um “Sindicato dos Eu te Amo”, os caras iriam fazer passeata, greve e o cassete contra o mau emprego desse “eu te amo” leviano. Ele pode ferrar um sujeito. Pode desencadear coisas terríveis, ações, atitudes. E na boa, na boa mesmo? Todo mundo sabe quando está sendo leviano com o coração do outro. Mas agimos por impulso, com egoísmo, pensando em nossos prazeres e motivações pessoais antes de pensarmos no coletivo. Isso é, exatamente, o contrario do amor. E essa ação vai ter conseqüências devastadoras. Em algum momento, vai . Ação e reação. Física. Espiritismo. Ou sabedoria popular. Mas é o obvio.

Não há regras, nem bula. Há bom senso e honestidade. Só isso. Use bem o “eu te amo”. Guarde no melhor lugar, no mais limpo, belo e resistente recipiente, para ele estar lindo, leve, asseado e intacto na hora certa de usá-lo. Ele é um divisor de águas. A partir do primeiro, verdadeiro, sincero, honesto e bem colocado “eu te amo”, muita coisa, mesmo que você não perceba, muda num relacionamento. E se bem empregado, tem sim que ser uma mudança pra melhor.

Doug
Nada Como Viver
01 de Abril 2011