domingo, 18 de março de 2012

- Ê SAUDADE QUE BATE NO MEU CORAÇÃO... -

Me peguei hoje revendo umas fotos e relembrando de amigos, de farras, viagens, passeios... Tempos que não voltam mais...

Nessas lembranças me veio à cabeça o inesquecível Carnaval de 2007. Uma farra que vai ficar na história, e sabe por que? Vou contar:

Foi ótimo, maravilhoso, perfeito. Blá, blá, blá, blá, blá.

Quem esteve lá e viveu isso sabe do que estou falando.

Putz, muitos “micos”, gargalhadas e claro, muita azaração.

Não vou contar todos os “micos” não, só vou dar uma sacaneadazinha... Falar, tipo assim, de alguns amigos doidões, mais malucos que o Batman que eu tenho.

Porque, vamos combinar? Carnaval sem “mico” é igual a Jardim Zoológico sem leão velhaco bocejando dentes podres ou sem macaco escroto pegando no bingolim: Não tem a menor graça!

Carnaval tem que ter “mico”. Pra gente rir e tirar sarro depois das asneiras dos amigos bebuns. Mesmo depois de anos passados...

Primeiro vamos as histórias de Salvador (BA), que são as mais hilárias e aconteceu no mesmo ano, uma pena que eu não estava presente, mas soube de tudo que rolou...

Teve um amigo meu que resolveu urinar logo no muro de um posto da polícia em Salvador na Barra. Um policial viu o infeliz no ato e gritou, com toda a simpatia ensinada nas academias militares: “Ô, palhaço! Que merda é essa que você pensa que está fazendo aí, hein, estrupício?”. Ele, coitado, prontamente respondeu na maior inocência e cara de pau do mundo: “Não é merda não, seu guarda. É só xixi”. Hahahahahaha!!! Tadinho. Passou a segunda-feira gorda de carnaval inteirinha com balde d’água, sabão e escovão na mão lavando o módulo policial.

Outro amigo viu de dentro do bloco Cerveja & Cia o caseiro magrelo e banguelo da fazenda de seu pai se apertando todo na pipoca, tomando tapa de tudo que era lado e perguntou, só de sacanagem: “E aí, “fulaninho”? Tá se divertindo aí, hein, sacaninha? Veio passar férias em Salvador na casa de seus familiares em pleno Carnaval. Tá saindo em que bloco?”. O caseiro, sem perder a esportiva nem desrespeitar o filho do patrão respondeu na lata, pulando ao som do trio da Ivete: “Tá massa, Dotô! Saí em dois “broco” já: No NU OUTRO e no INTER”. Meu amigo, surpreso, arregalando os olhos, comentou, cheio de simpatia: “Sério? Que beleza, véio”. O caseiro finalmente mandou, cheio da manguaça: “É, seu pôrra… NU OUTRO lado da corda e no INTERvalo de um broco pro outro”. E tome-lhe tapa e cotovelada no caseiro magrelo e banguelo que ria pra se acabar com sua garrafinha de capeta na mão… KKKKK

Quase chorei de rir quando ouvir essa....

Agora vamos a Ouro Preto (MG) – Nessa eu estava presente.

Um queridíssimo amigo, um doce de gente, veio curti seu primeiro carnaval com a nossa turma em Ouro Preto com a Namorada. Eles são do interior de Minas. Resolveu bagunçar todos os dias de show com a gente. Cada dia era uma banda diferente e a pulseira do camarote era de cores diferentes. O ruim era que as cores da pulseira de sábado coincidiam com as cores da pulseira de segunda, a da terça era igual a da sexta, uma confusão só.

O que diferenciava era o dia que vinha escrito em cada pulseira. E eu ainda avisei: “Rapaz… deixa de maluquice… e coloque-as separadas”. Mas nada! Ele queria porque queria deixar tudo junto pra não perder. Não sei como, se só estávamos a gente no quarto e ninguém mexia nas coisas de ninguém. Ia rolar Shows do Jammil, Carla Visi, Alexandre Peixe, Inimigos da HP, Treme Terra e umas outras bandas lá.
Resultado: Na sexta foi dia do Jammil, e ele foi com a pulseira de Domingo do show do Alexandre Peixe. O segurança do Camarote parou o casal e disse: “Vocês têm que sair do camarote, senhor. Estão sem a pulseira correta”. Ele, todo jeitosinho, dengosinho, disse: “Saio não, moço. Que trem de sair é esse aí? Saio nem que a vaca tussa, sô.” O segurança rebateu: “Sai sim, senhor. Infelizmente vocês vão ter que sair.” Muita cachaça na cabeça e “Quebraê” fazendo todo mundo se acabar no show, meu amigo perdeu as estribeiras e mandou o segurança pastar. Pois bem. Ele não só foi retirado do camarote, como sua pulseira teve que ser cortada pra sair do braço e o casal se viu, em plena sexta feira, primeiro dia de carnaval na cidade, sem poder ir mais no domingo ao show do Alexandre Peixe então ele consolou sua amada: “Tem nada não, amor”, disse meu amigo à namorada.

No dia seguinte, no sábado, novo vexame: Crentes que iriam assistir o show da Carla Visi tranqüilamente, e lá estavam os dois incautos com as pulseiras de segunda, quando um segurança parrudo, três-por-quatro, criado com mingau de fubá ordenou: “Vocês vão ter que sair do camarote”. Novo perrengue, discussão e pulseiras cortadas. Pra piorar a situação, ao sair do show sem ter mais as pulseiras de segunda, o casal teve que passar pelo beco da cidade, tradicional e divertidíssimo ponto gay do carnaval de Ouro Preto naquele ano. Uma gorda baranga e suada viu o casal passando, puxou a namorada do meu amigo pelo braço, a chamou de gostosa e tacou-lhe um chupão daqueles em que a língua consegue virar serpente, invadindo uma boca que não deveria invadir. Ela – a namorada – reagiu prontamente. Com nojo e raiva deu um tapão sem dó na cara da gorda. Esta, por sua vez, olhou pra cara de espanto do meu amigo que só sabia dizer “calma, gente, calma, gente, calma, sô”, e rumou-lhe um direto no rosto que lhe deixou com o rosto meio inchado. A turma do “deixa disso” apartou a briga e o conduziu a um posto médico, onde ele foi prontamente atendido. No dia seguinte na pousada onde estávamos hospedados, de manhã, eu até então sem saber de nada, ele veio comentar comigo no café da manhã. "Porra Doug, Carnaval de Ouro Preto é uma merda. Não consegui assistir um show se quer completo, perdi meu dinheiro, tive minha boca detonada e ainda apanhei de mulher”. Eu não consegui abafar o riso e ainda mandei: “Pára com isso, né? A mulher nem era tão mulher assim, pôrra… para de show né? rsrsrsrs”. Ele me mandou ir à merda e saiu da mesa de café da manhã. Juntou as suas coisas e foi embora pra casa. Ainda bem que ele fez as pazes comigo antes do carnaval de 2008, onde foi outra história hilária... hehehe

E por falar em posto médico, essa eu tenho que contar citando o nome do personagem envolvido na história: Alexandre, amigo de vários anos que eu acabei encontrando lá. Embora já se somavam muitos anos que não nos encontrávamos, sempre achei que ele é um dos seres humanos mais incríveis, inteligentes, educados e divertidos que eu conheço. Na segunda-feira de carnaval ele havia ido curtir um pouco o carnaval com a gente no camarote do show que estávamos assistindo. Na terça, ele resolveu se esbaldar. Tomou de tudo um pouco e fez tudo que tinha direito. Quando o show acabou, foi com a gente até o quiosque da folia onde terminaríamos o carnaval. Eis o ocorrido: Perto do quiosque paramos para esperar as meninas. Nosso acompanhante de folia, galã e cavalheiro, o querido “Bore”, continuou a caminhada dizendo: “Vou caminhando pra reservar lugar". Alexandre se empolga e vai apressadíssimo atrás dele, mas seguindo em outro rumo, e caminha direto em direção a um posto médico que ficava bem ao lado do quiosque. Ele entra no posto com a maior cara de doido e encara imediatamente uma enfermeira novinha, perguntando pra ela: “Aonde é que eu pego uma birita, cara?” A enfermeira reage, espantada: “Como assim, senhor?” Ele repete impacientemente: “Aonde é que eu pego uma birita, cara?”. A enfermeira responde, educadamente: “aqui nós não temos birita, senhor”. Ele olha pra dentro do posto médico e vê um bocado de gente deitada e gemendo em macas. Eu, que havia corrido atrás dele juntamente com a Paula e Flavia, preocupadíssimos, cheguei justamente neste instante e perguntei: “Qual foi, Xandy? Tudo bem, cara?”. Ele respondeu, na lata: “Tudo bem nada, Douglasxxx. Esse quiosque tá o maior caidaço, cara. Uma merda. Não tem birita, cara. A roupa da menina daqui é horrível, cara. Parece uma médica, cara. Tá uma merda isso aqui, cara. Só tem gente fodida dormindo aqui, pôrra. Aê, Douglasxxxxxx.Vamos cair fora daqui, cara. Aê. Vamo pra Republica da cachaça, cara”. Hahahahahahahahahahahha

E pra finalizar, a última história do carnaval de 2007.

Ao final do show do Alexandre Peixe, fomos bater o velho e guerreiro lanche para poder diminuir a ressaca do dia seguinte, porém, um amigo nosso (o mais insano por sinal), decidiu voltar sozinho para casa, onde pegaria um taxi. Em alguns minutos de caminhada, contra a muvulca dos foliões, avistou um carro branco, onde entrou e disse: "Moto, Pousada das Pedras por favor".

O Moto, puto da vida retrucou: "Ô mermão, cai fora, cai fora, bora, cai fora, cai fora..."
Meu amigo, cheio de cana no juízo, sem entender p.nenhuma..., sai do carro e olha uma placa na porta do carro: Prefeitura de Ouro Preto - hehe.

Bom o que seria de nossos netos se não houvesse os carnavais da vida …

É claro que depois desse, teve vários outros com histórias marcantes como ficar dando volta no quarteirão de baixo de chuva com uma amiga...

Várias noitadas em boates....

Tempos que não voltam mais....

Ê Saudade que bate no meu coração...

Doug
Nada como Viver!!!
18 de março de 2012